Os Ciclos de Vênus
Quando você trilha muitas vezes o mesmo caminho, vai deixando suas marcas na estrada. Deste modo, um dia pode caminhar de olhos fechados, basta seguir seu coração, que o levará ao seu destino. Há muitos anos tenho trilhado os caminhos quintessenciais de Vênus. Aprendido sobre o amor e suas mais diferentes dimensões. Hoje posso enxergar que é esta a força motriz do universo, que se manifesta na natureza em forma de padrões de Harmonia e Beleza, nos diferentes formas de vida que se expressam em espiral. O amor é a força espiritual que nos mantém conectados a tudo e a todos. Acredito, definitivamente, que aprendi Astrologia para simplesmente ser capaz de VER, ADMIRAR e "CON-SIDERAR", a beleza de um pôr do Sol, quando Vênus, e tudo o que representa, por milênios, através das mais diferentes culturas, se faz presente; ou quando faz sua aparição matutina, como uma Pérola do Céu, anunciando o nascer do Sol. "Con-siderar" é olhar para a vida com o olhar do sidéreo, com as estrelas em mente, com o céu na cabeça. Em alguns momentos, chego a me emocionar, quando, mais do que penso, sinto a invasão da memória de um tempo que não tem tempo, que existe desde sempre, e que sempre irá existir. Dentro de cada um de nós existe esta Vênus, que zela no pôr do Sol pelo sono restaurador do herói solar, e o desperta ao amanhecer, para a melhor versão de si mesmo. É deste assunto que se trata a Oficina de Vênus e a Estrela de 5 Pontas. É sobre a tradução desses códigos secretos, ou mesmo sagrados, que a natureza dispõe e reserva para aqueles que, não satisfeitos com a aparência física da realidade, buscam a essência daquilo que se encontra por trás da manifestação.
Há coisas que podem ser explicadas pelo modo como funcionam, aliás a matemática e a geometria são como uma linguagem que revela a precisão de tais mistérios. Parece que a natureza ama mistérios. Talvez para que possam ser desvendados e assim seguir atentos, presentes, voltados para novas descobertas. A consciência se move em direção a novas descobertas que desvendem o passado. Parece haver uma causa, a priori, oculta por trás de tudo o que acontece, de cada fenômeno, que só se revela, a posteriori. O futuro quase sempre explica o porque das coisas vividas no passado.
As órbitas celestes que os planetas fazem em volta do Sol descrevem planos de tamanha precisão que parecem estar dizendo algo para nós. Todos os planetas, que são tão somente pontos luminosos vistos da Terra, portanto sem extensão, são como formas de pensamentos, e sem exceção formam seus planos no céu, inclusive o Sol e a Lua, e todos entre si, de tal modo que estabelecem relações de espaços de tempo, muito bem definidos por suas distâncias em relação à Terra. Dentro desta noção se constitui o "círculo da vida" , também chamado Zodíaco.
É no Zodíaco que se estabelecem as referências Tempo/Espaços mediadas pelo fluxo incessante das esferas perfeitas, os astros, que ocorre durante o ciclo das estações em um ciclo completo da Terra em volta do Sol, constituindo as condições físicas necessárias para a criação, manutenção e crescimento da vida e as devidos relações simbólicas com os processos de desenvolvimento da própria vida humana. Pode-se
estabelecer ao menos uma relação entre as diferentes idades da vida e as diferentes estações do ano. O nascimento e a infância com a primavera, a juventude e o verão, o amadurecimento com o outono e a velhice com o inverno. Tais diferentes qualidades do tempo se expressam simbolicamente em signos e podem se manifestar, como forças arquetípicas, de tudo que tem um começo, crescimento, meio e fim, em diferentes níveis de expressão. Podemos perceber as qualidades do momento nos fatos, acontecimentos, fenômenos físicos da realidade. Mas também em processos que se manifestam em ações,crenças,atitudes, valores, identidade. A percepção mais evidente disto é a relação entre os doze signos do Zodíaco, constituído pelo ciclo do Sol, com determinados padrões de comportamentos, quase caricatural, que já fazem parte do acervo cultural da humanidade.
Depois disso, em grau de importância e de observação do teor de influência na qualidade dos climas, do tempo, das marés vem o ciclo da Lua, com suas fases bem distintas e visíveis no céu noturno, ao longo do mês. Não é folclore a relação entre as fases da Lua e a alteração de estado anímicos e emocionais nas pessoas mais sensíveis, vide estatística de surtos e crises passionais nas épocas mais críticas das lunações.
Mas saindo do contexto do Sol e da Lua, por serem astros com extensão, tamanho, formas, luz e cor, e de movimento diretamente perceptíveis pelos sentidos, pois seus ciclos condizem com a natureza do mundo da vida que se desenvolve na cotidianidade, pode-se " con-siderar" os ciclos do planeta Vênus, aquele mais luminoso e visível, depois dos luminares, e por ser o mais próximo à Terra. A maior parte do tempo em seus ciclos este planeta é localizado no céu, ou antes do amanhecer, ou depois de pôr do Sol.
O seu ciclo corresponde em número de dias, aproximadamente ao ciclo de gestação de uma vida humana. São nove meses vespertinos, nove meses matutinos.
Nesta sua dança em torno da Terra e do Sol, Vênus nos inspira com cenários de raríssima beleza, pela luminosidade que reflete a luz do Sol, como se fosse um sinalizador, um luzeiro a indicar caminhos no céu e na Terra, pois aponta direções e épocas em que aparece em determinadas lugares do céu, com muita precisão.
Tenho aprendido a " con-siderar" Vênus em diferentes possibilidades simbólicas que se relacionam diretamente com seus ciclos, suas fases e suas posições de signo,
Um ciclo pouco observado é aquele em que Vênus em sua série de conjunções inferiores com o Sol, descreve uma estrela de cinco pontas quando marcados no Zodíaco. Vamos aprender a marcar tais pontos e a desenhar em nosso mapa a Pentagrama e a atribuir significados a estes períodos tão transformadores que acontecem quando este planeta se aproxima velozmente da Terra, entre a Terra e o Sol.
Mas entre duas conjunções inferiores de Vênus com o Sol acontece uma conjunção superior, que é quando Vênus se encontra por trás do Sol, e este ciclo demarca o tempo de duração de uma gestação humana normal.
Deste modo podemos "con-siderar" o ciclo de Vênus com o Sol, análogo ao ciclo da Lua com o Sol, que se expressa em fases, ao longo de um mês. Então na realidade temos Vênus Nova, na conjunção inferior, e Vênus Cheia na conjunção superior. A principal diferente que o ciclo da Lua ocorre ao longo de um mês e o de Vênus ao longo de nove meses. Assim o última conjunção inferior de Vênus que ocorreu em Áries,no fim de março de 2017, é onde começou o processo de crescimento daquilo que chegou `a Vênus Cheia em janeiro de 2018, em Capricórnio. Há uma relação de noventa graus, ou quadratura, portanto um desafio entre a fecundação e o "trabalho de parto", que dura vários dias durante a conjunção superior, pois Vênus acompanha o ritmo do Sol no mesmo signo quase no mesmo ritmo e passo, durante vários dias, diferente da conjunção nova que ocorre em um único momento, como se fosse uma fecundação.
A próxima conjunção nova será em outubro deste ano, e a outra cheia em aaosto de 2019 em Leão.