Vênus e Netuno
- Jose Maria
- 22 de fev. de 2018
- 4 min de leitura

O desenho da constelação de Aquárius parece verter do Céu mais do que estrelas, ou "água da sabedoria": Vênus e Netuno são derramados sobre a linha do horizonte logo após o Sol nascente, e evocam a imaginação. Há uma relação de "oitavas" entre os planetas pessoais e aqueles descobertos pós-modernidade: Urano => oitava de Mercúrio Plutão => oitava de Marte Netuno => oitava de Vênus.
Dois planetas "oitavados" são como as duas cordas "MI" do violão. A última e mais fina e o bordão. Se estão afinadas, quando uma toca, a outra vibra. Assim, quando se trata de Netuno e Vênus, podemos afinar nossos corpos sutis com os campos sistêmicos de energias espirituais.
A palavra corpo, para os antigos gregos, é "SOMA". Somos dotados de uma inteligência que cuida de todas as funções do corpo, que não depende da inteligência cognitiva e consciência. Não preciso dar nenhum comando consciente para seu coração pulsar, para seus pulmões respirarem, para suas células manterem-se cooperando umas com as outras harmonicamente. Pois esta é o que se chama de Mente Somática, responsável pelas milhões de interações neurológicas simultâneas que acontecem a cada instante da vida no corpo. Deste modo podemos dizer que a mente somática "conversa" com com a mente cognitiva através dos sentidos, sensações de prazer e dor, do que é percebido sendo bom ou ruim. Derivam daí, desta interação, as múltiplas escolhas por esta ou aquela forma de relação com o meio ambiente. Mas não pára por aí. Não somos sistemas isolados, todos se encontram em constante troca de informações e energias. Tudo faz parte do Todo. O Todo está em tudo, mesma na menor partícula subatômica. E o Todo, como um organismo vivo, é muito mais do que a "Soma"(nós dois sentidos) das partes. Vênus é o planeta que "rege" o cara Amanhã tá, o corpo sutil do Coração, a sede da inteligência somática. A conexão com outros corpos é feita por meio desse campo, não necessariamente pelo corpo físico, mas pelo corpo sutil.
A conjunção de Vênus com Netuno, em Peixes (Campo de Possibilidades Infinitas onde residem os mais profundos Mistérios) sugere essa “ressonância”, ou acesso através da ressonância, pelo corpo sutil de sensibilidade humana com Campos Sistêmicos mais amplos, planetário. Sentido de Pertencimento.
Netuno diz respeito a um tipo de acesso ou conexão à Mente do Todo, ao intangível, que sugere o conhecimento direto da verdade, muito além das mediações simbólicas da ciência ou da linguagem, à intuição filosófica meditativa enlevada pela esfera da Metafísica, à união Mística com a Espiritualidade, à inspiração do artista. É um nível superior que transcende a forma do modo comum de sentir e pensar (Einstein era pisciano...), uma forma ainda mais sutil e elevada de participação da existência do mistério que se encontra por trás da aparência da realidade, onde é possível à imaginação criadora a revelação dos segredos na sua relação com o mundo da vida, sem fronteiras, sem obstáculos. Einstein assim dizia que "não se pode encontrar a solução de um problema usando a mesma consciência que criou o problema. É preciso elevar sua consciência". Ás vezes é preciso outro estado mental. Uma solução pode surgir em sonhos, num insight, naquele lugar até onde a mediação simbólica levou, mas não é capaz de ultrapassar.
É algo assim, Netuno foi o primeiro planeta a ser descoberto sem antes ser visto. Foi "pre-visto", por sofisticadas equações matemáticas tendo como observação as deformações na órbita de Urano. Haveria de ter ali um planeta, o que torna a mediação simbólica, a matemática, a música e a "música das esferas", apenas mais um acesso para a revelação da verdade, ou do que não poderia ser visto de outro modo. Não foi descoberto por acaso. O acaso pertence a Urano. Foi descoberto pelo exercício da expansão da consciência, e da consciência de que os sistemas a que pertencemos são muito maiores do que nossos sentidos são capazes de alcançar.
David Bohm, em “Diálogo”, afirma que o mundo não é feito de “coisas”, mas sim de relações, e estas interações são geradores de uma espécie de “Campo Relacional” (Stephen Gilligan) que, como uma inteligência suplementar, pode acolher informações e energias dispostas pelas partes para dispor para todos em forma de um novo entendimento que acessa conhecimentos, ou aquele algo mais que floresce das relações.

Robert Dilts em “NLP II, The Next Generation”, explica a mesma ideia com a metáfora da molécula da água: H2O => H2 é uma das partes => O é outra. => H2O é ÁGUA.
Carl Jung, também percebe tais interações no âmbito das relações interpessoais quando afirma que “duas pessoas são como duas substâncias químicas. Quando uma reage, as duas se transformam.” Podemos perceber a criação de tais campos sistêmicos onde há esses movimentos de energias psicológicas entre as pessoas quando presenciamos coletivamente grandes espetáculos onde alguma performance da excelência humana transcende as barreiras ou limites do individual e do tempo cronológico e alcança o Tempo da Duração (Henry Bergson), como uma contagiante experiência emocional disponível para todos. Segundo Gregory Bateson, nossas mentes individuais são parte de uma Mente mais ampla que emerge do Sistema Social e Ecológico Planetário total interconectado. Esta é a Mente do Campo, a Mente Sistêmica.
Onde se percebe com mais frequência a atuação das forças desses campos relacionais entre seres humanos é na família, ou nas relações entre entes pelos quais somos direta ou indiretamente afetados. Bert Hellinger, em “Constelações Familiares”, explica como o sistema familiar é influenciado por seus membros, mesmo que estejam distantes e que não estejam mais vivos.
Rupert Sheldrake traz a noção de Campos Morgenéticos, ou campos mórficos, que diferente dos campos eletromagnéticos ou físicos, não envolvem transmissão de energia, tão somente pura informação. E nessa mesma linha, é Jung quem elabora o conceito de SINCRONICIDADE que permite o registro de fenômenos que ocorrem independente das leis de causalidade. São eventos que se interconectam pelo fluxo de significados, as coincidências significativas, sem quaisquer ligações de causa e efeito. Desse modo, a natureza estabelece “diá-logos”(através do logos, do entendimento, conhecimento, verbo e palavra traduzida em compreensão) com a Mente Humana. É onde começa o mistério da Astrologia. Astro-Logos – uma conversa com os Astros, repleta de sentido e significado.
Vamos afinar nosso DIAPASÃO?
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